Incrível que,
certa vez, existiu algo no Brasil chamado Plano Collor: um plano econômico que,
para enfrentar a crônica hiperinflação, estabeleceu o bloqueio de contas
bancárias e aplicações financeiras, além do congelamento de preços e salários.
Naturalmente, essa ideia mirabolante afundou a economia brasileira ainda mais, tendo como consequência a renúncia do então presidente Fernando Collor.
Lembro que,
quando cursava economia na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), um
professor, ao comentar a respeito, disse ficar arrepiado com a ideia (mostrou o
braço) de usar esse recurso represado pelo governo para "fazer política
industrial".
Vejam só: a
ideia dele seria a retirada da propriedade conquistada pelo trabalho dos
cidadãos para que políticos - a maioria dos quais nunca gerou um emprego na
vida, nunca dirigiu uma empresa e está mais preocupada em obter benefícios
próprios (rent seekers) - definissem quais os setores econômicos
prioritários no país e o direcionamento do dinheiro alheio em investimentos. A
conhecida política de favorecimento dos "campeões nacionais".
Essa é a
tradicional concepção da economia central planejada, que nunca deu certo em
lugar algum.
Cursar
economia na Ufes foi a pior coisa que fiz na vida.