Dentre seus objetivos, a contabilidade deve proporcionar informações relevantes e fidedignas sobre a situação da organização aos diversos usuários das informações (Marion, 2015, apud Stormowski & Wisniewski, s/d).
Esses autores observam que
vários autores têm discutido o problema metodológico da pesquisa em
contabilidade gerencial, que não está sujeita à padronização de processos
regulatórios, o que, por outro lado, permite que diferentes aspectos possam ser
considerados em seu objeto de estudo, incluindo linhas de pesquisas
comportamentais, sociais e organizacionais. Enfatizam, ainda, que não cabe à
pesquisa em contabilidade cuidar apenas do aspecto normativo, onde os
pesquisadores determinam parâmetros dissociados das atividades normais das
empresas. Nesse sentido, os autores enfatizam que o objeto de estudo da
contabilidade gerencial deve ser a empresa.
Assim, Lopes & Martins
(2005) defendem a pesquisa empírica, observando que o papel da contabilidade na
resolução de conflitos que afligem as empresas é questão ainda a ser melhor
explorada, focando-se na realidade brasileira ao invés de apenas em aspectos
teóricos sob influência da literatura estrangeira.
Observam, ainda, que a maior
parte dos textos sobre teoria da contabilidade simplesmente ignora a
contabilidade gerencial, o que é atribuído à falta de padronização das práticas
gerenciais, dificultando o estabelecimento de princípios e normas geralmente
aceitas. Desse modo, afetada pelos interesses das partes envolvidas, a
contabilidade gerencial pode levar a conclusões dissociadas da realidade da
empresa.
No entanto, os autores
observam que a contabilidade gerencial apresenta as mesmas etapas do processo
contábil (reconhecimento, mensuração e evidenciação), de modo que a maior
diferença está no ambiente tratado.
Nesse contexto, um erro comum
na teoria da contabilidade gerencial é supor que as pessoas envolvidas na
empresa não tenham interesses quanto às decisões tomadas, sendo ignoradas
questões como o conflito de agência - os responsáveis pelas definições de
critérios da contabilidade gerencial acabam mesmo por influenciar a
distribuição de poder na organização (Lopes & Martins, 2005).
BIBLIOGRAFIA:
KRUGER, S. D.; MENEGON, R.;
PORTA, C. D.; ZANIN, A. Estágio Evolutivo da Contabilidade Gerencial em Micro e
Pequenas Empresas. Ágora, v. 27, 2022. Disponível em: https://www.periodicos.unc.br/index.php/agora/article/view/4281.
Acesso em: 16 fev. 2023.
LOPES, A. B.; MARTINS, E.
Teoria da Contabilidade: uma nova abordagem.
PINHEIRO, V. M.; PINHEIRO, R.
R. G. Desafios e Boas Práticas de Gestão Financeira em uma Empresa: uma revisão
de literatura. Brazilian Journal of Development, v. 08, n. 12, 2002. Disponível
em: https://tinyurl.com/5n7rh78m. Acesso em: 15 fev. 2023.
STORMOWSKI, M.; WISNIEWSKI, A.
P. Contribuição do Profissional da Contabilidade na Tomada de Decisões
Estratégicas em Indústria Moveleira. Fundação Educacional Machado de Assis
(FEMA). Santa Rosa-RS, s/d. Disponível em: https://tinyurl.com/yc4ph54f. Acesso
em: 19 fev. 2023.