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5 de nov. de 2024

Objeto de Estudo da Contabilidade Gerencial

 

Dentre seus objetivos, a contabilidade deve proporcionar informações relevantes e fidedignas sobre a situação da organização aos diversos usuários das informações (Marion, 2015, apud Stormowski & Wisniewski, s/d).


 Não obstante, Lopes & Martins (2005) observam que, em geral, os textos costumam repetir o objetivo da contabilidade de fornecimento de informações aos usuários, mas desprezam as particularidades e necessidades desses, dado que a complexidade das relações humanas vai além do mero fornecimento de informações.

Esses autores observam que vários autores têm discutido o problema metodológico da pesquisa em contabilidade gerencial, que não está sujeita à padronização de processos regulatórios, o que, por outro lado, permite que diferentes aspectos possam ser considerados em seu objeto de estudo, incluindo linhas de pesquisas comportamentais, sociais e organizacionais. Enfatizam, ainda, que não cabe à pesquisa em contabilidade cuidar apenas do aspecto normativo, onde os pesquisadores determinam parâmetros dissociados das atividades normais das empresas. Nesse sentido, os autores enfatizam que o objeto de estudo da contabilidade gerencial deve ser a empresa.

Assim, Lopes & Martins (2005) defendem a pesquisa empírica, observando que o papel da contabilidade na resolução de conflitos que afligem as empresas é questão ainda a ser melhor explorada, focando-se na realidade brasileira ao invés de apenas em aspectos teóricos sob influência da literatura estrangeira.

Observam, ainda, que a maior parte dos textos sobre teoria da contabilidade simplesmente ignora a contabilidade gerencial, o que é atribuído à falta de padronização das práticas gerenciais, dificultando o estabelecimento de princípios e normas geralmente aceitas. Desse modo, afetada pelos interesses das partes envolvidas, a contabilidade gerencial pode levar a conclusões dissociadas da realidade da empresa.

No entanto, os autores observam que a contabilidade gerencial apresenta as mesmas etapas do processo contábil (reconhecimento, mensuração e evidenciação), de modo que a maior diferença está no ambiente tratado.

Nesse contexto, um erro comum na teoria da contabilidade gerencial é supor que as pessoas envolvidas na empresa não tenham interesses quanto às decisões tomadas, sendo ignoradas questões como o conflito de agência - os responsáveis pelas definições de critérios da contabilidade gerencial acabam mesmo por influenciar a distribuição de poder na organização (Lopes & Martins, 2005).

 

BIBLIOGRAFIA:

KRUGER, S. D.; MENEGON, R.; PORTA, C. D.; ZANIN, A. Estágio Evolutivo da Contabilidade Gerencial em Micro e Pequenas Empresas. Ágora, v. 27, 2022. Disponível em: https://www.periodicos.unc.br/index.php/agora/article/view/4281. Acesso em: 16 fev. 2023.

LOPES, A. B.; MARTINS, E. Teoria da Contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas, 2005.

PINHEIRO, V. M.; PINHEIRO, R. R. G. Desafios e Boas Práticas de Gestão Financeira em uma Empresa: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, v. 08, n. 12, 2002. Disponível em: https://tinyurl.com/5n7rh78m. Acesso em: 15 fev. 2023.

STORMOWSKI, M.; WISNIEWSKI, A. P. Contribuição do Profissional da Contabilidade na Tomada de Decisões Estratégicas em Indústria Moveleira. Fundação Educacional Machado de Assis (FEMA). Santa Rosa-RS, s/d. Disponível em: https://tinyurl.com/yc4ph54f. Acesso em: 19 fev. 2023.